terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Fim de ano... de volta ao blog...

Fim de ano e vamos para aquelas contabilizações babacas, retrospectivas idiotas e coisas afins...

Mas o que me surpreendeu foi que durante a aula final de tutoramento de ensino 3 (destinado a EJA) ficou uma coisa me martelando.
Um dos meus colegas ficou encantado que um aluno da turma dele fz uma síntese do tema da aula que, muitas vezes, um acadêmico não faz. O tema da aula era os 120 anos da proclamação da República, e este aluno disse: "Ah, então essa mesma elite (os militares) tomaram o poder arbitrariamente e que anos mais tarde, em 1964 deram outro golpe e usaram a força para dominar a população e que por isso estamos na mesma situação até os dias de hoje?". O meu colega achou fantástca a análise do aluno - e eu também concordo - mas o que ficou me martelando foi: Será que só a conscientização vale? Por que continuamos tão "dominados"? Por que não agimos para concretizar o sonho de uma nova sociedade? Apenas fazemos reformas: política, educacional, agrária (que nem assim acontecem), etc? Reformas estas que mantém o sistema de exclusão que vivemos.

Será que vamos morrer esperando a ação do outros, ou pedindo que lutem por uma nova sociedade? Uma sociedade igualitária, onde não exista desigualdades de ordem alguma? Deixei de acreditar em muitas teorias, por que, infelizmente, a exclusão venceu a nossa própria dignidade. Somos como uma mercadoria numa prateleira de supermercado, aliás, os sinônimos da palavra mercado tem definido praticamente todas as ações humanas: "vou investir na nossa relação", "vou avaliar se a nossa amizade vale algo", estas e outras babaquices são repetidas constantemente pelas pessoas, então como não vou ficar triste? Como não vou ficar decepcionada com o rumo das coisas? Como não vou ficar decepcionada com as atitudes das pessoas se hoje a nossa dignidade não vale um centavo furado?

Como não vou ficar triste se as pessoas apenas estão conscientes e não agem para nada? Ficam apenas como eu - estou decepcionada comigo mesma também - colocando na internet sua opinião que não tem ação alguma...